100%, não, não temos mais...

                     Até o início do jogo do Corinthians contra o São Paulo, tínhamos ainda no Brasileirão a única equipe com 100% de aproveitamento em 5 rodadas. O São Paulo com 5 vitórias e 15 pontos.

Mas na tarde deste domingo, o Tricolor tomou uma goleada histórica do arqui-rival Corinthians. Só não foi a maior de todos os tempos, porque a equipe alvinegra já havia emplacado um 5x0 num campeonato paulista em 1996. Porém é a maior em nacionais.

Tenho certeza de que haverá questionamentos por parte dos torcedores são-paulinos, por conta da expulsão de Carlinhos Paraíba, este já havia recebido um cartão amarelo junto com o jogador Paulinho do Corinthians por discussão, mais tarde deu uma entrada forte, um “carrinho”, a qual gerou sua expulsão.

Permito-me um parêntese aqui para falar sobre uma figura negativa do jogo:

Meses atrás, fui o primeiro a elogiar o grande goleiro (e único) Rogério Ceni do São Paulo que, além de ser o arqueiro sensacional, campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 2002, por ter tantos títulos importantes pelo seu clube, entre eles um Mundial em 2005, na qual realizou uma defesa fantástica numa cobrança de falta de longa distância do jogador Gerard da equipe do Liverpol, é também o maior goleiro artilheiro de todos os tempos com 100 gols marcado na carreira, e o centésimo marcado exatamente em cima do Corinthians.

Hoje, porém, serei um crítico deste jogador. Rogério Ceni agiu como um aspirante, como um menino que está começando a carreira e não sabe perder. Ele é o capitão da equipe são-paulina, e com isto achou que teria o direito de reclamar acintosamente do árbitro, que havia expulsado, corretamente, um jogador de sua equipe. Além disso, tempos atrás no campeonato paulista ao marcar o centésimo gol no rival, fez questão de dar entrevistas, falar sobre sua alegria, sobre seu trabalho, sua superação... Mas hoje, ao final do primeiro tempo saiu sem falar com os jornalistas, no final do jogo atravessou o campo e foi mais uma vez falar, aquilo na qual tinha vontade, para o árbitro da partida e ao sair de campo novamente evitou a imprensa.

Ora, que exemplo é este? Quando está feliz e realizado é uma pessoa solícita, sociável e da mídia, mas ao ser contrariado com uma expulsão de um jogador de sua equipe e com uma derrota larga para um rival, limita-se a reclamar da arbitragem e evita os jornalistas. Diferente de Marcos goleiro do Palmeiras, que ao final do jogo em que foi derrotado pelo Ceará por 2x0, disse aos jornalistas que não havia jogado bem e que pegou apenas uma bola.

Rogério Ceni, que possa ser o grande goleiro que sempre foi, mas ao mesmo tempo uma pessoa serena e equilibrada nas derrotas também.

Voltando à partida... O Corinthians na tarde de hoje já havia jogado bem no primeiro tempo, mas não arriscou finalizações de longa distância e outras jogadas que poderiam levar ao gol. Já no segundo tempo, soube aproveitar a vantagem numérica e jogou bem, tocou a bola e foi espremendo o adversário em sua área e criando muitas oportunidades de “tentos”.

Assim e sem muitas dificuldades marcou 5 gols, três deles do artilheiro Liédson, alguns bonitos, outros mais simples e um que ficará marcado na carreira do goleiro Rogério Ceni, um “peru” num chute de fora da área pelo meia atacante Jorge Henrique, que o arqueiro são-paulino aceitou com facilidade.

Sem dúvida é uma tarde para ser apagada pelos jogadores e torcedores são-paulinos, ao mesmo tempo em que será lembrada para sempre na memória dos corintianos.

Mas como sempre digo aos meus alunos: Quem não sabe perder, não pode jogar.

Não há mais uma equipe 100% no campeonato nacional, mas, sem dúvida, ainda teremos  grande jogos, goleadas e emoções ao longo das 32 rodadas restantes deste torneio cheio de surpresas.

Até a próxima informação do esporte.

Zé Paulo